Nasceu em setembro de 1898 no Rio
de Janeiro numa família muito simples, seu pai era músico e sua mãe costureira.
Desde pequeno ouvia seu pai tocando clarinete e foi pegando gosto pela música.
Seu pai morreu quando ele tinha 7 anos. Ele estudou e aprendeu o oficio de
marceneiro mas a música era o que ele mais gostava.
Foi engraxate, jornaleiro,
marceneiro e lustrador de móveis mas a música estava sempre presente na sua
vida, agora não mais com o pai, mas com o tio Hilário e os amigos dele. Nessas
rodas de samba teve contato com Sinhô, João da Baiana, Pixinguinha e Donga,
entre outros. Tocava muito com essa turma na Praça Onze no RJ, local onde os
artistas se encontravam, tocavam e, passavam o chapéu entre os presentes para
que colocassem dinheiro.
Já rapaz, ele se destacava nos
carnavais do RJ entre os bambas. Ele se vestia de baiana e saía tocando
cavaquinho arrastando muitos foliões pelas ruas da Lapa. Depois começou a
frequentar o Estácio, a Mangueira e a Praça Oswaldo Cruz fazendo com que mais
pessoas e sambistas o conhecessem. Tornou-se grande amigo de Cartola. Começou a
compor músicas que foram gravadas por grandes nomes da música brasileira.
Esse grupo iniciou o carnaval de
rua e logo surgiram as primeiras escolas de samba do RJ: Deixa Falar, Vizinha
Faladeira, Prazer da Moreninha e Sai como Pode, hoje, Portela. Ele participou
também dos primeiros passos da escola de samba “Estação Primeira de Mangueira”.
Sua popularidade crescia; Heitor vivia e amava muito. Em 1925 compôs “Deixaste
meu lar” e “Estás farto de minha vida”, gravadas por Francisco Alves.
Casou-se com D. Glória e teve
três filhas. Ela não gostava muito dessa vida boemia que Heitor levava. Com a
morte dela em 1936, da paixão e tristeza de Heitor dos Prazeres surgiu uma nova
maneira de se expressar artisticamente, a pintura. Aos poucos começou a fazer
quadros a partir de poemas de Carlos Drumond de Andrade e músicas que ouvia de
seu novo amigo – Noel Rosa.
Em 1937 começou a se projetar
como pintor participando de exposições, sempre incentivado pelos amigos.
Começava assim a dupla atividade de sambista e pintor. Heitor cantava e tocava com Cartola, Dalva de
Oliveira, Carmem Costa, Araci de Almeida, Francisco Alves, Herivelto Martins e Adoniram
Barbosa e com esse grupo fez shows em várias capitais inclusive fora do Brasil,
Buenos Aires e Montevidéu. Levavam dançarinas que eram chamadas de cabrochas.
Casou-se novamente e teve mais
dois filhos. A cada novo envolvimento tinha mais um filho. Vivia na boemia,
rodeado de mulheres e muita música. Nas horas vagas pintava sempre colocando as
cabrochas dançando e rapazes tocando.
Heitor dos Prazeres participou da
Primeira Bienal de Arte Moderna que aconteceu em São Paulo em 1951 e foi muito
elogiado. Suas obras eram muito coloridas, alegres e representavam cenas de
descontração. Teve seu trabalho reconhecido no Brasil e no exterior com obras
presentes em várias exposições. Faleceu em 1966.
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